terça-feira, 1 de julho de 2008

I'm never speaking up again
starting now.

My Stupid Mouth, John Mayer

Eu poderia escrever sobre minhas angústias ou felicidades atuais. Poderia escrever sobre o fim do semestre, que acaba essa semana (mais precisamente amanhã), e no qual, como de costume, deu tudo certo (apesar do pânico e da correria habituais). Poderia contar da dor das duas noites que eu não dormi para fazer trabalhos, da felicidade quando me livrei de ter que ir à aula no sábado, do medo que tenho das coisas que estão por vir, da raiva que algumas pessoas me causam, da embromação que está o fim do meu estágio... Não. Resolvi falar de qualquer coisa menos essas coisas. Escolhi, portanto, one-hit-wonders como assunto para o post de hoje.

Todo mundo sabe o que são one-hit-wonders, certo? Bandas que fizeram muito, muito sucesso com uma música mas depois nunca mais conseguiram se destacar tanto na mídia. E ficam assim conhecidas somente por aquela música, como se não houvesse outras. Pois bem. Independentemente do que eu penso sobre sucesso, mídia e as one-hit-wonders per se, resolvi fazer uma listinha das minhas próprias one-hit-wonders.

Ora, todo mundo deve ter as suas. Aqui, porém, ser uma one-hit-wonder tem um significado um pouco diferente: aquela banda que tem uma música que a pessoa ama de paixão mas que, quando vai ouvir o resto das músicas, não acha tão legal assim. Antes que você, leitor, comece a imaginar as suas, vamos às minhas.

5. 12 Stones, "The Way I Feel". Já faz tanto tempo que eu baixei essa música que eu já nem tenho a menor idéia de quando foi, e em que contexto. Foi provavelmente alguma coisa que alguém me indicou ou mandou. Adorei a música, ficava ouvindo incessantemente, e isso me levou a pensar que baixar o disco inteiro era uma boa idéia. Baixei. Dei uma ouvida, não me agradou como eu esperava, ficou escantilhado. Não consigo lembrar de nenhuma vez que eu tenha escutado o disco inteiro. Semana passada, porém, "The Way I Feel" estava no meu mp3.

4. Puddle Of Mudd, "Blurry". Essa música chacoalhou (chaqualhou? xaqualhou?) a minha vida por alguns meses, embora eu também não lembre o que me fez ouvi-la. (Chacualhou?) Eu a colocava no repeat e não cansava, berrava o refrão junto, sofria com os gritos do vocalista. Tanta devoção me fez comprar um disco da banda. Que só fica pegando pó, porque eu não gostei nem um pouco. Ver o clipe de "She Hates Me" (she fucking hates me, nananana) só piorou as coisas, porque eu descobri que aquele vocalista com quem eu dividira tantas dores era uma cópia fajuta (e atrasada, diga-se de passagem) de Kurt Cobain. Porém, como o vocalista do Nirvana, "Blurry", pra mim, será eterna. Oh.

3. Faithless, "Don't Leave". Na época em que só tocava dance no mundo, lá pelo meio dos noventa, Faithless era um dos meus pesadelos. Eu não entendia como as pessoas conseguiam gostar tanto das bate-estacas. No entanto, quando assisti um dos meus filmes preferidos até hoje, "Por Uma Vida Menos Ordinária", enlouqueci por uma música lentinha que toca lá pelas tantas. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que a música era daquele grupo de dance que eu odiava tanto. Cheguei a baixar o disco que tinha "Don't Leave", o mesmo que tinha os maiores sucessos que eu detestava, só pra descobrir que nenhuma outra música do disco era como "Don't Leave". Ela parecia algo que não pertencia àquele disco, uma faixa que alguém adicionou ao disco por engano.

2. Adema, "Let Go". Em 2003, uma menina chamada Lidi me mandou essa música, porque ela tinha recém descoberto essa banda e tinha adorado. Amei a música, ouvia sem parar. Antes da época do mp3, eu gravava cds-rw pra ouvir no discman, com as músicas que eu mais gostava no momento, e "Let Go" fez parte da compilação pelo ano quase inteiro. Porém, o objetivo da Lidi, que eu começasse a ouvir Adema, não foi atingido; não gostei de nenhuma das outras músicas que ouvi. Ela achou engraçado que eu pudesse gostar tanto só de uma, e justamente a que ela tinha escolhido me mandar.

1. The Ataris, "The Night When The Lights Went Out in NYC". Como pessoa que adora trilhas de filmes, considero que a franquia do Homem Aranha tem produzido boas compilações. Nem todas as músicas me agradam, mas muitas, e uma delas é essa, do título. Nesse caso, confesso que ainda não fui atrás do resto do material da banda, mesmo amando essa música por alguns anos, já. Por algum motivo, simplesmente ainda não tive vontade de ouvir o resto. Quem sabe um dia... Aliás, acho que escolhi Ataris para o primeiro lugar justamente porque, entre as citadas, é a que ainda tem chances de deixar de ser uma das minhas one-hit-wonders...